As runas surgiram como inscrições alfabéticas próximo do ano 150 pelas mãos dos antigos povos do norte da Europa. Na língua germânica, “runa” significa “segredos” ou “mistérios”. Esses povos, como os germânicos e os vikings, as esculpiam em ossos, metais ou madeira e as utilizavam em jogos de adivinhação para escrever poemas e até mesmo como amuletos de proteção. As runas eram o único alfabeto dos povos nórdicos – no entanto, elas nunca evoluíram para algo como uma escrita ideogramática.
De acordo com a mitologia nórdica, as runas foram um presente de Odin. Ele as teria conquistado enquanto buscava iluminação pendurado na Yggdrasil,( a árvore da vida). Após nove dias e nove noites, os céus teriam atendido suas súplicas deixando as runas caírem em suas mãos. Com a popularização do cristianismo por volta do século vi, o jogo de runas ficou associado à bruxaria e foi substituído pelo alfabeto latino. Na Idade Média, as runas foram proibidas pela Inquisição, mas, com o Renascimento, se popularizaram entre os ciganos e os astrólogos.
AS RUNAS
O primeiro alfabeto rúnico (runemal) inventado foi o Futhark, com 24 peças divididas em três grupos de oito símbolos, cada qual com significado.
1º grupo – Realizações físicas
1. Fehu – O gado – Simboliza riquezas materiais, sucesso e vitória. Invertido – Impasses e derrotas.
2. Uruz – O touro bravo – Sorte, crescimento, perseverança e progresso. Invertido – Perdas e negativismo.
3. Thurisaz – Os espinhos – Proteção divina e entusiasmo. Invertido – Decisões precipitadas, cautela.
4. Ansuz – Palavras de Odin – Sabedoria, inspiração e ouvir bons conselhos. Invertido – Falta de comunicação, futilidade e esforço inútil.
5. Raidho – A carruagem – Viagem, progresso em direção às metas. Invertido – Rompimentos, fracassos e caminhos desagradáveis.
6. Kenaz – A tocha – Renovação, novos começos e iluminação. Invertido – Perda de prestígio social ou de posses, fim de ciclos.
7. Gebo – O presente. União, equilíbrio e bons negócios. Invertido – Não tem posição invertida.
8. Wunjo – A alegria – Bem-estar e evolução positiva. Invertido – Infelicidade, crises e perdas.
2º grupo – Realizações emocionais
9. Hagalaz – O granizo – Simboliza precauções, obstáculos e adiamento de planos. Invertido – Não tem posição invertida
10. Naudhiz – A necessidade – Limitações e cautela com planos. Invertido – autocontrole e serenidade.
11. Isa – O gelo – Concentração, paciência e equilíbrio. Invertido – Não tem posição invertida.
12. Jera – A colheita do ano – Recompensas, alegria e satisfação. Invertido – Não tem posição invertida.
13. Eihwaz – O teixo – Proteção, final de um ciclo e recomeço. Invertido – Não tem posição invertida.
14. Perdhro – Algo oculto – Ganhos inesperados, conhecimentos ocultos e espirituais. Invertido – Desapontamentos, atrasos e traições.
15. Algiz – A proteção do alce – Viagem, novos caminhos, alegria e progresso. Invertido – Inquietação, vulnerabilidade e perigos.
16. Sowelo – O Sol – Autoconhecimento, regeneração, sucesso e vitória. Invertido – Não tem posição invertida.
3º grupo – Realizações espirituais
17. Tiwaz – O deus Tyr – Simboliza vitórias, honra e justiça. Invertido – Problemas espirituais e desperdício de energia vital.
18. Berkana – O vidoeiro – Renovação. Invertido – Confusão, descrença, rompimentos e carências.
19. Ehwaz – O cavalo – Mudanças, progresso e lealdade. Invertido – Confiar e evitar agir.
20. Mannaz – O homem – Integridade, fé e clareza espiritual. Invertido – Falta de fé, bloqueios e inimigos ocultos.
21. Laguz – A água – Intuição e poderes psíquicos. Invertido – Pensamentos confusos, enganos e fracassos.
22. Inguz – A fertilidade – Realizações, nascimentos, amor e sexualidade. Invertido – Não tem posição invertida.
23. Othila – A herança – Sabedoria ancestral, domínio, notícias distantes. Invertido – Falta de clareza e certeza.
24. Dagaz – O dia – Prosperidade, transformações positivas. Invertido – Não tem posição invertida.
Fonte- Birro, Renan M.Uma brevíssima introdução sobre as runas e o estudo das runas.
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